O futuro do brasileiro está comprometido.
- Nathanael Angelo Zahlouth
- 23 de ago. de 2017
- 5 min de leitura

O Brasil tem sido alvo de várias questões políticas, sociais e econômicas nos últimos anos. Dentre vários fatores, detaco incialmente a descoberta de uma das maiores reservas de petróleo do mundo, o Pré-Sal.
A Petrobrás é uma das maiores empresas do Brasil, graças ao desenvolvimento das pesquisas cientificas e ao avanço tecnológico foram capazes de descobrir e explorar o Pré-Sal. Um fato verídico que é de grande relevância que o petróleo sempre foi e é motivo de grandes acontecimentos políticos e de guerra no mundo. Com essa descoberta o Brasil se tornou alvo e interesse de muitos países exploradores desse líquido precioso.
Sauer e Rodrigues no seu artigo Pré-sal e Petrobras além dos discursos e mitos: disputas, riscos e desafios, São Paulo 2016, expressam que o Pré-Sal se tornou um mito que passou a significar fabulosos recursos que permitiriam resolver problemas antigos no País, como educação, saúde e segurança. Entretanto, os recursos podem se exaurir em um mercado altamente visado pelo mundo todo. Os autores ainda exemplificam que outros países passaram por um processo parecido, mas o mercado tomou praticamente todo o investimento que deveria ir para o povo.
Pode ser apenas uma hipótese, mas o que tenho observado que após a descoberta do Pré-Sal se iniciou um movimento estranho alimentado por um sistema financeiro voraz que é o Capital Internacional. Com o Brasil sendo alvo, iniciou-se uma impulsão para uma grande crise política. O fator motivacional girou em torno do impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
O que pude notar é que em 2016, com a composição da Câmara e do Senado conservador o impeachment era questão de tempo. É o que explica a tese da política maquiavélica de Maria Tereza Sadek em seu artigo Nicolau Maquiavel: o cidadão sem fortuna, o intelectual de vitú, o maquiavelismo serve a todos os ódios, e acontece de acordo com a conjuntura, onde o inimigo vira a encarnação do mal.
Primeiro, identifico que no decorrer da história do país o governo de Lula e Dilma foram os mais progressistas, levando em consideração dados reais. Ambos não fizeram um governo perfeito, e muitas vezes foram negligentes aos seus próprios ideais tendo que atender demandas de uma elite conservadora.
Entretanto, posso destacar que durante estes presidentes o País ascendeu no desenvolvimento de pesquisas científicas, incluiu mais pessoas no mercado de trabalho, ampliou o número de vagas nas Universidades, construiu novas Universidades Federais.
E ainda, criaram um novo sistema de ensino técnico com a fundação dos Institutos Federais (IFs) e a criação do PRONATEC (programa de inclusão de alunos oriundos do sistema educacional público no ensino técnico através do sistema ‘S’ que evolve SEBRAE, SENAI , SESI, SESC e SENAC com bolsas de estudo), reestruturou o sistema de ingresso ao nível superior através do ENEM (exame de ensino médio que passou a ter uma nova finalidade que é ingressar os alunos no ensino superior), criou o SISU (sistema de seleção unificada, que permite o estudante escolher qual faculdade pretende fazer e em que estado).
Ainda criaram o FIES (programa de financiamento do ensino superior para estudantes de baixa renda ingressarem em faculdades privadas e paga sua dívida após a conclusão do curso) e PROUNI (sistema de bolsas dentro de universidades privadas para alunos de baixa renda) dentre vários outros projetos como Minha Casa Minha Vida, Luz Para Todos e etc. que no fim beneficiaram os mais necessitados e de baixa renda do País e retirou milhões da extrema pobreza.
É notável que eles não resolveram os verdadeiros problemas de monopólio da grande mídia, os problemas de distribuição de renda como um todo, o analfabetismo, o desemprego que só cresce e por último a grande crise financeira que tem assolado o sistema capitalista e em consequência o mundo.
Um fato que listei acima e que precisa ser considerado determinante para influenciar o povo e suas ideias é a regulação da grande mídia. Observe, a grande mídia pautou e continua pautando os diálogos e consequentemente a formação de opinião dos brasileiros a partir de sua própria ótica, obedecendo características de um sistema capitalista que favorece apenas as elites.
Segundo Ramonet em seu artigo Propagandas silenciosas: massas, televisão, cinema, a mídia tem objetivos certos a partir das concepções do espectador, pois ela conhece seus limites e tendências psíquicas. Fica mais fácil dominar o espectador quando parece que este domínio é inconsciente, a grande questão é tornar as pessoas domesticadas sem que elas percebam.
É certo que o presidente Lula teve a oportunidade de mudar e regular a mídia no Brasil. Em 2009, houve a primeira, e única até então, Conferência Nacional de Comunicação. Seria pautado um novo modelo de mídia tanto através da sociedade quanto das empresas. Entretanto, o que houve foi um grande lobby das grandes empresas para que na prática continuasse as concessões eternas e que favorecem as mesmas empresas. Há anos sonegam impostos e impõem a pauta para o povo, manipulando e produzindo notícias.
Observe que a partir desta conjuntura o povo brasileiro se vê, praticamente, sem alternativas. Hoje o que é muito forte e se mostra como alternativa a tudo isso é a internet. Mas que ainda precisa ser mais difundida ao ponto que todos possam acessar, longe ainda do alcance das grandes emissoras de TV e rádio.
A partir daí a mídia consegue manipular e intervir na vida e consciência das pessoas. O impeachment de Dilma Rousseff foi uma atividade orquestrada do Parlamento conservador, da grande mídia e também do poder judiciário.
Um dos exemplos para o desmonte do País é a PEC 241 enquanto tramitava na Câmara e posteriormente PEC 55 no Senado. Elas só afirmam minhas hipóteses. A PEC inverte completamente a lógica que os últimos governos estabeleciam: primar por investimentos no social a fim de aquecer o mercado possibilitando qualificação e geração renda, trazendo como consequência o crescimento da economia.
O Projeto estabelece um teto de gastos em um prazo de 20 anos. Essa vigência é absurda, pois após o impeachment de Dilma Rousseff assume o País o vice-presidente Michel Temer, como presidente interino, que não foi eleito com apenas um voto, e vem de um partido de históricos presidentes não eleitos como José Sarney, que também foi presidente sem votos.
É necessário ressaltar que no Brasil, o sistema eleitoral permite que o vice presidente seja eleito mesmo que ele não tenha expressividade política ou voto direto, levando que o sistema eleitoral elege a pessoa que no caso em 2014 com a maioria dos votos se elegeu Dilma Roussef, a população pouco levou em consideração que compunha a chapa como vice e acabaram elegendo aquele que se tornaria presidente após um golpe.
Temer junto com o parlamento conservador estabelece uma PEC que interfere inclusive na constituição de 1988 e que influência diretamente na vida econômica do País para os próximos cinco presidentes que virão.
Para juristas como José Afonso Silva essa PEC além de tudo é inconstitucional, considerando o que está escrito no art. 60, §4º, da Constituição Federal (CF) de 1988:
Art. 60 [...]
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I – a forma federativa de Estado;
II – o voto direto, secreto, universal e periódico;
III – a separação dos Poderes;
IV – os direitos e garantias individuais.
Tomando como base a tese de José Afonso Silva, publicado em 2005 no site jus.com.br, a PEC tende a ir contra o inciso IV do artigo 60 da Constituição que são os direitos e garantias individuais previstos no artigo 5º da CF, onde educação, saúde e segurança é responsabilidade do Estado.
Assim como os desmandos do Governo Temer, no último período tem proposto reformas que atingirão diretamente a vida do povo, como as reformas Trabalhista e Previdenciária.
Nos últimos dias tem sido veiculado nas emissoras mais um caso de corrupção na política, dessa vez uma filmagem feita com o presidente e um grande empresário de alimentação do país, onde pagava propina para Michel Temer e o Senador Aécio Neves e comprava o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha.
O que pode comprovar a marca de um governo corrupto gerido por Michel Temer e fortalecer a tese que o que houve com Dilma foi decorrente de um golpe orquestrado para favorecer o mercado financeiro, entregando as riquezas do país para os estrangeiros.
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